O nascimento de um segundo filho é fonte de preocupação para os pais: qual será a reação do filho maior? Se terá ciúmes, como vai manifestá-lo. Devem tentar agradá-lo mais, ou serem rigorosos, ou tolerantes?
É interessante que cada um dos pais tente se lembrar de sua própria experiência como irmão, quando a tenha vivido. Os conflitos entre irmãos-crianças devem ser considerados como de natureza diferente daqueles entre irmãos-adultos, embora possam ter tido origem na infância.
Quaisquer que sejam as características de pais e filhos – se primogênito, filho do meio, caçula –, a competição, a rivalidade e o ciúme são conflitos inerentes à natureza humana.
Não podemos esquecer que em algumas culturas, o filho mais velho usufrui de vantagens sociais, legais e de herança. No entanto, ele pode herdar menos vantagens e mais ônus: deve dar o bom exemplo, tomar conta dos menores ou ceder a eles. E os menores, não necessariamente desejam ser ajudados pelo irmão mais velho. Assim, a posição que um filho ocupa não deve ser razão para ser repreendido ou felicitado, é preferível levar em conta a sua idade e o seu jeito de ser. Deve-se evitar tomar como evidente que o maior tenha mais êxito que o menor, pelo simples fato de ser mais velho.
Esperar e exigir que o filho mais velho ame o mais novo imediatamente só aumenta a sua culpa e sofrimento. Pode ter o efeito oposto ao pretendido, isto é, afastar o mais velho do menor. O que se espera, inclusive em relação aos pais, é que os sentimentos se alternam, entre o gostar e o não gostar. Entre querer ter um irmão e não querê-lo mais. O mais velho precisa de tempo para garantir que não perderá o seu lugar de filho, agora que chegou outro em casa.
Os filhos maiores às vezes optam por se parecer com o menor, que é tão festejado e admirado por todos: retoma hábitos que tinha quando menor como molhar a roupa, chupar o dedo e não comer sozinho. Outras vezes progridem se identificando com os adultos. Mas mesmo esta última opção prevê reações de ciúmes porque de fato há com o que se preocupar. Todos os filhos precisam e querem ser amados e ter lugar na vida dos pais.
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